Thursday, December 07, 2006

The Lx-Bcn connection

Sara Raval Sessions (varios, world music, 81 min).
La variedad de estilos musicales en este álbum es exquisita. Desde el hip-hop con ritmos latinos hasta la guitara portuguesa de Madredeus pasando por la locura de Blasted Mechanism u Ornatos Violeta y como no la participación de bombas musicales como Xutos o Noir Desir que ya venimos conociendo de mucho más tiempo. Y todo ambientado entre las calles de Lisboa y de Barcelona, dos ciudades con una completísima movida musical durante todo el año y sobre todo, ciudades abiertas y multi-culturales.
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Sunday, November 19, 2006

à espera do comboio na paragem do autocarro

anacronismo hoje é domingo e vê como os domingos são dias viciosos. Consumo as memórias que tenho tuas, como uma tua viúva autista. Não falo a ninguém, não estou para ninguém. Revejo uma e outra vez as pistas que me deixaste ao desaparecer, procuro-me em ti e não encontro, mas não acredito, tenho a certeza que me mentes. Ignoro os factos mas quem me pode julgar, se é tão doce estar contigo esta noite, e amanhã já será de dia.

a viagem uma vez na estrada já não se volta atrás, e em cada quilómetro se pressente a chegada, a cada quilómetro se atropela o caminho. Não sobra nada do que ficou para trás. A questão das escolhas tão mal resolvida em mim: decido que ainda posso fingir-me inocente quando sei que a inocência já a perdi, num quilómetro antigo da auto-estrada do sul.

a origem chegámos de carro e chegámos de noite. Vínhamos bêbados de antecipação. Viveria para sempre nesse eterno antes. Mas os factos consumam-se ainda antes de serem factos. E os corpos consomem-se antes de estarem juntos.

o terraço as estrelas de Setembro e um calor molhado que só existe a profundidades mediterrânicas. Não sei se dancei mas a verdade é que dancei. As testemunhas dessa noite bem podem dizer que a sonhei. Que sonhei uma noite em todos os detalhes da nossa traição. Sonhei-a com banda sonora, e sonhei o que não disseste.

o fim falas-me de escolhas mas não entendes que não te escolhi. Que não houve um ponto no tempo onde te pudesse ter dito que não. Foste sempre inevitável.

Saturday, September 23, 2006

Sunday, September 10, 2006

Tuesday, March 21, 2006

La Haine

Valencia 17 de Março, Las Fallas: uma festa tradicional acarinhada pela Generalitat. Um imenso trabalho de preparação de guarda-roupa, gigantones, desfiles e fogo de artificio, para que no fim tudo arda em fogueiras e lágrimas (não é artifício poético, é verídico, procurem na net).
Barcelona 17 de Março, Botellón: encontro marcado no Raval entre os mossos de esquadra e os botelleros; mas os mossos não deram hipótese, seraficamente blindados, autênticos muros. Os botelleros tiveram que encontrar maneira de fazer festa e expressaram a sua indignação por lhes quererem tirar o primordial direito de beber na calle, e queimaram caixotes do lixo, à falta de gigantones.
Ainda no Raval, 17 de Março, mas se me perguntassem diria que era uma cena do La Haine
, filme exasperante de Mathieu Kassovitz passado nos subúrbios parisienses nos anos 90.
Paris 17 de Março, Manifestações anti-CPE: ao contrário da controlada resignação dos mossos, a gendarmerie não admite provocações. Mas aos universitários, e à sua presunçosa aspiração a direitos adquiridos há mais de uma geração, quem é que os vai levar a sério? Nem sequer fizeram fogo.

Wednesday, March 01, 2006

Esta menina vai passar por aqui

RETINAS en CASABLANCA
Passeig de Gràcia 115

miércoles 29 marzo. 20:30 y 22:30h
de Marco Martins. Portugal, 2005. 102 min. Intérpretes: Nuno Lopez, Beatriz Batarda.
El audaz cine portugués sigue demostrando ser una fuente creativa inagotable, a pesar de nacer en un contexto económico inquietante. Alice, ópera prima de Marco Martins, es una película fuera de norma, de una singularidad absoluta, que no se parece en nada al cine lusitano al uso, del que a pesar de ser vecinos nuestros nos llegan contadas obras. Cinematográficamente, Alice deslumbra, es una especie de meteoro de brumas, apuntes y convulsiones, arrancada de un mundo urbano húmedo y frío, cuyos colores parecen desvanecerse progresivamente hasta lograr una paleta de grises mercúricos. El papel de Mario recae en Nuno Lopes, que nos ofrece una interpretación inolvidable del padre vital y desesperado. Nombre de todas las metáforas de la desaparición, Alice tiene toda la fuerza de una verdadera aparición.

Tuesday, February 28, 2006

Do que em mim tocou

Não vou procurar quem espero
Se o que eu quero é navegar
Pelo tamanho das ondas
Conto não voltar

Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim não toquei em nada
Do que em mim tocou
Manuel Cruz

Monday, February 27, 2006

Friday, February 24, 2006

Jamboree

Minino Garay é um argentino de Cordoba (repete as referencias à terra natal em todas as musicas) com uma expressão corporal alucinada de fazer tremer os tambores. Os tambores são Los Tambores del Sur, mas são de todos os hemisférios: um francês à guitarra, uma checa que aprendeu a tocar violino com os ciganos, um italian james bond ao piano, um baixo, um sax, um trompetista, todos já bastante entradotes. E muita percursão. Vi o concerto sentada no palco, que claro, dá à experiência o dobro do sabor, até porque os músicos me sorriam, e gerou-se um ambiente bastante familiar. Se os Tambores do Sur passarem pelos vossos nortes, vão ouvir La celosa de tu vieja e outras jazzotangoflamencorockalhadas – que vale a pena.

Monday, February 13, 2006

Sunday at the beach

Domingo é dia de ver museus. E neste domingo em particular, em que os museus são de borla, é de bom tom a qualquer tuga erradicado aproveitar. Foi com este pensamento que yours truly saiu de casa, ao meio-dia da madrugada. Desci o Passeig de Gracia, like a million times before, desprezei o Corte Ingles da Placa Catalunya, cerradisimo, e o da Portal de l'Angel, dois passos abaixo, e segui direitinha à Ciutat Vella, para descobrir onde raio seria o Museu Picasso.

Descobri, mas não descobri nada nele que me fascinasse, a não ser uma ocasional experiência pontilhada do dito Picasso, e as desmazeladas Demoiselles d’Avignon.

Sai do museu e dei por mim no Born, onde já me tinham levado a comer as pizzas mais baratas e apetitosas de bcn. Comi-as num banco de jardim soalheiro, acompanhada por todos os que à minha volta tinham escolhido as mesmas pizzas, diferentes sabores...

Domingo é dia de dolce fare niente, que em espanhol se diz siesta, e em português se diz vamos tomar um café à Linha. E sem sequer precisar de decidir, deixei para trás os museus, atravessei o parc da Ciudadela, e pus-me a caminho da praia.

Barceloneta não é bonita, tampoco é praia. Mas ao longo da marginal revela-se-me o que tem de especial. É que aqui, como em qualquer lugar de Barcelona, tudo à volta nos diz fazvecomprapensacomeritomasentapasseiabebeandapreenche. E nós fazemos.

Mas Domingo é dia de sentar num qualquer bar acolhedor chamado Glaciar e escrever postais, comer bravas e beber cañas. E também é dia de ir para casa cedo, porque amanhã trabalha-se. Além do mais no pasa nada ao domingo.

Só que domingo, em bcn, é dia de festa. E é proibido ir para casa, porque apanhas no caminho diabinhos com fogo preso, e tambores que rugem ritmos abrasileirados que irresistivelmente tens que seguir, adonde sea.

Saturday, February 04, 2006

I, for one, feel seduced

Ilustração de Krahn para La Vanguardia, Barcelona

Tuesday, January 17, 2006

I wish I was leaving by train

A companhia aérea soube a data da minha viagem antes de mim. A companhia aérea quer saber a dimensão das minhas malas. Ainda não as fiz, respondi. A companhia aérea acha que eu me devia despachar. A companhia aérea acha que já não há nada a fazer em Portugal. A companhia aérea tem pressa. Eu vou me deixando partir.

Monday, January 09, 2006

Reflexions of the way we used to be


I have been in a strange mood lately. All of us, Portuguese, have. Despite our old age, we’ve been acting like teenagers, still insecure about our own capacities. For the most of our school years, we’ve been taught how we once sailed the vast oceans to rule the world, but omitted how we’ve lost that rank, and how we still can’t forgive ourselves for it.
We turn to others in search for a clue that will explain what is wrong with us; is it fate or is it circumstantial? Like a proud mother to her son, you will tell us that nothing is wrong. That we are as clever and as able as any other, you will remind us of recent glories: how we invented ATM machines; and of old ones: how we were the first to bond with remote India, Japan and Malaysia.
But don’t spare us the harsh truths: the fact that others are also skilled, and that they are not standing idle, that talent and inventiveness don’t suppress hard work, that understanding our potentialities and limitations, instead of being paralyzed by fear of failure, is far better.
I have no doubt we’ll grow up to be healthy adults. It is circumstantial, but living through it is what it is being a Portuguese today.