Domingo é dia de ver museus. E neste domingo em particular, em que os museus são de borla, é de bom tom a qualquer tuga erradicado aproveitar. Foi com este pensamento que yours truly saiu de casa, ao meio-dia da madrugada. Desci o Passeig de Gracia, like a million times before, desprezei o Corte Ingles da Placa Catalunya, cerradisimo, e o da Portal de l'Angel, dois passos abaixo, e segui direitinha à Ciutat Vella, para descobrir onde raio seria o Museu Picasso.
Descobri, mas não descobri nada nele que me fascinasse, a não ser uma ocasional experiência pontilhada do dito Picasso, e as desmazeladas Demoiselles d’Avignon.
Sai do museu e dei por mim no Born, onde já me tinham levado a comer as pizzas mais baratas e apetitosas de bcn. Comi-as num banco de jardim soalheiro, acompanhada por todos os que à minha volta tinham escolhido as mesmas pizzas, diferentes sabores...
Domingo é dia de dolce fare niente, que em espanhol se diz siesta, e em português se diz vamos tomar um café à Linha. E sem sequer precisar de decidir, deixei para trás os museus, atravessei o parc da Ciudadela, e pus-me a caminho da praia.
Barceloneta não é bonita, tampoco é praia. Mas ao longo da marginal revela-se-me o que tem de especial. É que aqui, como em qualquer lugar de Barcelona, tudo à volta nos diz fazvecomprapensacomeritomasentapasseiabebeandapreenche. E nós fazemos.
Mas Domingo é dia de sentar num qualquer bar acolhedor chamado Glaciar e escrever postais, comer bravas e beber cañas. E também é dia de ir para casa cedo, porque amanhã trabalha-se. Além do mais no pasa nada ao domingo.
Só que domingo, em bcn, é dia de festa. E é proibido ir para casa, porque apanhas no caminho diabinhos com fogo preso, e tambores que rugem ritmos abrasileirados que irresistivelmente tens que seguir, adonde sea.