Tuesday, February 28, 2006

Do que em mim tocou

Não vou procurar quem espero
Se o que eu quero é navegar
Pelo tamanho das ondas
Conto não voltar

Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim não toquei em nada
Do que em mim tocou
Manuel Cruz

Monday, February 27, 2006

Friday, February 24, 2006

Jamboree

Minino Garay é um argentino de Cordoba (repete as referencias à terra natal em todas as musicas) com uma expressão corporal alucinada de fazer tremer os tambores. Os tambores são Los Tambores del Sur, mas são de todos os hemisférios: um francês à guitarra, uma checa que aprendeu a tocar violino com os ciganos, um italian james bond ao piano, um baixo, um sax, um trompetista, todos já bastante entradotes. E muita percursão. Vi o concerto sentada no palco, que claro, dá à experiência o dobro do sabor, até porque os músicos me sorriam, e gerou-se um ambiente bastante familiar. Se os Tambores do Sur passarem pelos vossos nortes, vão ouvir La celosa de tu vieja e outras jazzotangoflamencorockalhadas – que vale a pena.

Monday, February 13, 2006

Sunday at the beach

Domingo é dia de ver museus. E neste domingo em particular, em que os museus são de borla, é de bom tom a qualquer tuga erradicado aproveitar. Foi com este pensamento que yours truly saiu de casa, ao meio-dia da madrugada. Desci o Passeig de Gracia, like a million times before, desprezei o Corte Ingles da Placa Catalunya, cerradisimo, e o da Portal de l'Angel, dois passos abaixo, e segui direitinha à Ciutat Vella, para descobrir onde raio seria o Museu Picasso.

Descobri, mas não descobri nada nele que me fascinasse, a não ser uma ocasional experiência pontilhada do dito Picasso, e as desmazeladas Demoiselles d’Avignon.

Sai do museu e dei por mim no Born, onde já me tinham levado a comer as pizzas mais baratas e apetitosas de bcn. Comi-as num banco de jardim soalheiro, acompanhada por todos os que à minha volta tinham escolhido as mesmas pizzas, diferentes sabores...

Domingo é dia de dolce fare niente, que em espanhol se diz siesta, e em português se diz vamos tomar um café à Linha. E sem sequer precisar de decidir, deixei para trás os museus, atravessei o parc da Ciudadela, e pus-me a caminho da praia.

Barceloneta não é bonita, tampoco é praia. Mas ao longo da marginal revela-se-me o que tem de especial. É que aqui, como em qualquer lugar de Barcelona, tudo à volta nos diz fazvecomprapensacomeritomasentapasseiabebeandapreenche. E nós fazemos.

Mas Domingo é dia de sentar num qualquer bar acolhedor chamado Glaciar e escrever postais, comer bravas e beber cañas. E também é dia de ir para casa cedo, porque amanhã trabalha-se. Além do mais no pasa nada ao domingo.

Só que domingo, em bcn, é dia de festa. E é proibido ir para casa, porque apanhas no caminho diabinhos com fogo preso, e tambores que rugem ritmos abrasileirados que irresistivelmente tens que seguir, adonde sea.

Saturday, February 04, 2006

I, for one, feel seduced

Ilustração de Krahn para La Vanguardia, Barcelona