Tuesday, March 21, 2006

La Haine

Valencia 17 de Março, Las Fallas: uma festa tradicional acarinhada pela Generalitat. Um imenso trabalho de preparação de guarda-roupa, gigantones, desfiles e fogo de artificio, para que no fim tudo arda em fogueiras e lágrimas (não é artifício poético, é verídico, procurem na net).
Barcelona 17 de Março, Botellón: encontro marcado no Raval entre os mossos de esquadra e os botelleros; mas os mossos não deram hipótese, seraficamente blindados, autênticos muros. Os botelleros tiveram que encontrar maneira de fazer festa e expressaram a sua indignação por lhes quererem tirar o primordial direito de beber na calle, e queimaram caixotes do lixo, à falta de gigantones.
Ainda no Raval, 17 de Março, mas se me perguntassem diria que era uma cena do La Haine
, filme exasperante de Mathieu Kassovitz passado nos subúrbios parisienses nos anos 90.
Paris 17 de Março, Manifestações anti-CPE: ao contrário da controlada resignação dos mossos, a gendarmerie não admite provocações. Mas aos universitários, e à sua presunçosa aspiração a direitos adquiridos há mais de uma geração, quem é que os vai levar a sério? Nem sequer fizeram fogo.

Wednesday, March 01, 2006

Esta menina vai passar por aqui

RETINAS en CASABLANCA
Passeig de Gràcia 115

miércoles 29 marzo. 20:30 y 22:30h
de Marco Martins. Portugal, 2005. 102 min. Intérpretes: Nuno Lopez, Beatriz Batarda.
El audaz cine portugués sigue demostrando ser una fuente creativa inagotable, a pesar de nacer en un contexto económico inquietante. Alice, ópera prima de Marco Martins, es una película fuera de norma, de una singularidad absoluta, que no se parece en nada al cine lusitano al uso, del que a pesar de ser vecinos nuestros nos llegan contadas obras. Cinematográficamente, Alice deslumbra, es una especie de meteoro de brumas, apuntes y convulsiones, arrancada de un mundo urbano húmedo y frío, cuyos colores parecen desvanecerse progresivamente hasta lograr una paleta de grises mercúricos. El papel de Mario recae en Nuno Lopes, que nos ofrece una interpretación inolvidable del padre vital y desesperado. Nombre de todas las metáforas de la desaparición, Alice tiene toda la fuerza de una verdadera aparición.