
Friday, October 28, 2005
Wednesday, October 26, 2005
Bastidores

onde eu pudesse fingir
que te quero
Que eu fosse essa musa
lasciva e hipócrita
que não te deixa dormir
nem te dá com que sonhar
Caísse eu com a chuva
e com as fúrias do vento
do etéreo monte
onde me condenas a estar
E passasse a ter corpo
com que me descrevesses
E passasse a ter tacto
com que te tocasse
E
Houvesse um dia tempo
para que o tempo passasse
e se esquecessem de nós
Ia procurar-te
aos bastidores
Wednesday, October 19, 2005
Thursday, October 13, 2005
Day of Atonement

O Yom Kippur é o dia do Julgamento Final, onde os destinos de todas as almas ficam selados, mas é principalmente o dia da Reconciliação. Por isso, deixo aqui o secular desejo para os meus amigos, mas principalmente aos que já não o são: que eles possam "ser selados no Livro da Vida para um Bom Ano".
Eu, por mim, sinto-me reconciliada.
Wednesday, October 12, 2005
Outubro

Em dias de chuva acontece por vezes dissolver-me. Dissolve-se-me a alma, bem entendido. Acontece naturalmente, como quando um gesto arrasta outro: como quem canta no banho, ou como quem adormece ao ler na cama. Quando chove, dissolvo-me no caminho, e na cadência dos meus passos existe algo de húmido e uterino, de interior e triste.
Caminho e invento monólogos entre nós. Caminho e piso poças de água. Caminho e declamo, dramatizo e morro, caminho e ensaio tudo outra vez. Através dos dias enceno pedaços de peças, fragmentos e actos. Através dos meses, vou vindimando as histórias, que armazeno em grandes cestos, e depois piso num lagar de mágoas.
Amanhã, vou brindar ao Verão que passou e ao que dele há-de voltar, esperando-os eternamente doces. Amanhã, pode bem chover, que eu sei afogar-me docemente sem nunca desaparecer.
Subscribe to:
Posts (Atom)